A apnéia obstrutiva do sono é uma condição em que obstruções repetidas da garganta impedem total (apnéia) ou parcialmente a passagem do ar (hipopnéia). Essas obstruções ocorrem porque a garganta é estreita e quando dormimos a musculatura relaxa, causando queda da língua e impedindo a passagem do ar. Para que a apnéia seja interrompida, é necessário superficializar o sono ou despertar. Nas pessoas com apnéia obstrutiva do sono, este ciclo se repete dezenas a centenas de vezes ao longo da noite, de modo que o sono profundo fica prejudicado. Sendo assim, temos um sono não reparador, cuja consequência é sonolência e cansaço diurnos.
A apnéia do sono é um importante problema de saúde e muito mais comum do que se imagina. Em estudo na cidade de São Paulo, 26% dos motoristas tinham alto risco de ter apneia do sono e a maioria admitiu que já tinha cochilado no volante. Em outro estudo também na cidade de São Paulo, 32,8% da população geral tinha apneia do sono. Obesos e pessoas com hipertensão arterial tem chances ainda maiores de ter apnéia.
A apnéia do sono, além de ser responsável por sono de má qualidade e sonolência diurna, promove múltiplos efeitos deletérios sobre o coração e dos vasos sangüíneos. Durante a apnéia, ocorre queda da oxigenação do sangue, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Essas quedas e retomadas da oxigenação repetidas vezes ao longo da noite são os principais gatilhos para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares (aterosclerose e hipertensão arterial), aumentando o risco de situações como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.