Também conhecidos como cigarros eletrônicos, vaper, pod, e-cigarette, entre outros, eles têm a comercialização, importação e propaganda proibida no Brasil desde agosto de 2009, por resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apesar disso, cerca de dois milhões de brasileiros fazem uso dos cigarros eletrônicos, segundo estimativas da BAT Brasil (antiga Souza Cruz), a maior empresa de tabaco do país.
Pesquisadores da Universidade College de Londres (UCL) chegaram à conclusão de que o cigarro eletrônico não necessariamente atua como uma porta de entrada para o tabagismo, ao contrário do que muitos acreditavam. Os resultados indicaram que não há uma relação significativa entre o uso dos chamados “vapes” e de cigarros tradicionais. O estudo avaliou que, no pior cenário, apenas um em cada dez adolescentes que fazem uso dos modelos eletrônicos se tornará eventualmente fumante de cigarro tradicional.
No entanto, a conclusão do estudo não elimina os demais problemas associados ao modelo eletrônico, como o crescimento entre os jovens e os malefícios para a saúde. Em fevereiro, um cigarro eletrônico explodiu na boca do músico Lélio Guedes, de 45 anos, em Ceilândia, no Distrito Federal. O incidente ocorreu quando Guedes estava em casa e foi gravado pela câmera de segurança. Na ocasião, o músico disse que não era fumante, mas decidiu comprar o cigarro por ter recebido avaliações positivas de ouvintes.
O que é importante saber sobre o e-cigarro
Os cigarros eletrônicos são dispositivos criados com o objetivo de simular a sensação de fumar um cigarro comum. Também conhecido como e-cigarro, contém nicotina, mas não alcatrão e monóxido de carbono presentes nos cigarros tradicionais — substâncias capazes de causar câncer de pulmão e de outros órgãos — mas libera outros tipos de substâncias tóxicas à saúde.
Do que é composto o cigarro eletrônico?
Nele, a nicotina é diluída em uma substância, habitualmente o propilenoglicol. Essa mistura costuma ser comprada em refis e armazenada em um reservatório (cartucho) no dispositivo, ligado a um vaporizador que transforma o líquido em fumaça. A concentração de nicotina nos reservatórios do e-cigarro costuma ser bem maior que aquela encontrada nos cigarros convencionais.
É isento de riscos à saúde?
Não. Embora o propilenoglicol seja uma substância segura para a saúde humana, quando serve de diluente para a nicotina e é vaporizada e inalada libera o formaldeído em concentrações de cinco a 15 vezes maiores do que encontradas nos cigarros comuns, um agente capaz de provocar o câncer.
Quais doenças pode causar?
No curto prazo, o e-cigarro pode ser danoso ao sistema respiratório e cardiovascular. Por ser um produto relativamente novo da indústria do tabaco, desconhece-se ainda todos os males que ele pode causar em longo prazo. Sabe-se que a composição do vapor contém substâncias derivadas de metais pesados, como ferro, alumínio e níquel, que podem levar não só ao câncer de pulmão, mas também ao dos seios da face, enfisema pulmonar e à fibrose pulmonar.
Pode ser usado para ajudar a parar de fumar?
Não deve ser utilizados em programas de combate ao tabagismo no lugar da terapia de reposição da nicotina devido às impurezas e às altas concentrações presentes de formaldeído, substância altamente cancerígena. Como o e-cigarro utiliza a nicotina, que é a substância presente no cigarro que causa a dependência, na verdade o fumante está trocando um vício pelo outro.
Quais os riscos para os jovens?
Os adolescentes são mais propensos do que os não usuários a fumar cigarros convencionais de acordo com estudos científicos nos EUA. Os pesquisadores concluíram que o uso de e-cigarro agrava, em vez de amenizar, o uso de cigarros convencionais, portanto, representam um engodo à população, uma forma de atrair os jovens para a dependência química e, numa etapa posterior, tornarem-se consumidores de cigarros comuns.